Por Marco
Sousa
Muitos
ministros do evangelho e irmãos em Cristo de algumas denominações estão falando
a respeito dos problemas enfrentados por seus ministérios quanto à EBD e estão preocupados. Quase todas as denominações estão com algum tipo de problema na EBD. Antes de buscarmos uma resposta para a pergunta objeto deste texto, vamos
relembrar um pouco do histórico da Escola Bíblica Dominical:
A
Escola Dominical moderna surgiu através de uma necessidade social, mas,
sobretudo, espiritual. Seus princípios remetem ao período bíblico, tendo em
vista que Deus, já no Jardim do Éden, deu instruções claras ao primeiro casal
(Gn. 3.8-11). Posteriormente, Deus delegou aos pais a responsabilidade de
transmitirem aos filhos a Sua Palavra (Dt. 6.7-9).
Com
o passar do tempo, e em decorrência da institucionalização da religião judaica,
os sacerdotes também assumiram essa tarefa (Dt. 24.8), e também os profetas
(Is. 6.8-10; Jr. 11.1-4). Os reis piedosos reconheciam a valor do ensinamento
da lei de Deus, para tanto favoreciam as condições para que a instrução
acontecesse (II Cr. 17. 7-9).
O
despertamento para a exposição da palavra sempre resultou em despertamento
espiritual, tanto na história de Israel quanto da Igreja. Exemplo disso é o
grande avivamento judaico após o cativeiro babilônico, nos tempos de Esdras e
Neemias (Ne. 8.1-9).
No
Novo Testamento, Jesus é o exímio exemplo de ensinador, não por acaso era
reconhecido como Rabi, Mestre (Jo. 3.2). Após Sua morte e ressurreição, Jesus
comissionou sua igreja a fazer discípulos em todas as nações (Mt. 28.19). Esse
é um dos principais objetivos da Escola Dominical, ensinar tudo aquilo que
Jesus fez e ensinou (At. 1.1,2).
Mas
muitas igrejas, inclusive obreiros, deixam de dar o devido valor à Escola
Dominical, colocando-a em segundo plano. A obsessão por um crescimento meramente
quantitativo tem distanciado muitas igrejas da visão de discipulado ensinada
por Jesus. O descaso com a Escola Dominical pode ser percebida, por exemplo,
pela ausência da liderança nas aulas. Antigamente esse era o principal
instituto de formação de obreiros.
Os
candidatos ao ministério não eram consagrados a menos que fossem alunos
assíduos da Escola Dominical. A realidade tem sido cada vez mais modificada, a
própria arquitetura das igrejas não considera a Escola Dominical. Existem
espaços para as multidões, mas não há salas de aulas preparadas para receber
seus alunos. Os professores são escolhidos não pelo esmero para ensinar (Rm.
12.7), mas pela proximidade com algum líder da igreja. São raras as exceções e as denominações em que isto não acontece.
Na
verdade, a frequência na Escola Dominical deveria ser um critério para a
escolha de pessoas para atuar em todos os trabalhos da igreja. A maioria das
igrejas evangélicas não tem ainda uma tradição consolidada no ensinamento
bíblico em institutos. Por isso, a Escola Dominical, na maioria dos casos,
funciona como o último reduto para a formação de líderes. As Escolas Bíblicas,
outrora realizadas por vários dias, são realizadas atualmente em apenas um
final de semana, deixando muito a desejar. Sem um ensinamento consistente e
sistemático da Bíblia estaremos fadados a uma liderança fraca, levada por
qualquer vento de doutrina, que não maneja bem a palavra da verdade (II Tm.
2.15).
OS PROBLEMAS
ENCONTRADOS NOS DIVERSOS ARRAIAIS
►
Em alguns arraiais o responsável pela EBD não se prepara e leva uma aula
"meia-boca" para seus alunos. Este tipo de atitude desestimula os
alunos a comparecerem na EBD. Ensinar em uma EBD é tarefa que exige busca ao Senhor por
meio da oração e do jejum.
►
Outro problema visto em algumas denominações é a falta de compromisso dos ministros
com a EBD. Certo cidadão reclamou que parou de ir na EBD, pois encontrou várias
vezes a igreja local fechada, por falta de obreiros interessados na EBD e inclusive seu pastor não
comparece na EBD.
►
Em outros arraiais transformaram a EBD no "show do milhão", com
perguntas e respostas e nada de pregação bíblica sobre as carências das
igrejas.
►
Em outros lugares a EBD virou instrumento do líder eclesiástico, somente ele
fala e os outros escutam. O monopólio do púlpito funciona como nos tempos de
João Calvino em Genebra.
►
Em algumas denominações a EBD já não supre as necessidades das famílias nas igrejas
locais e o crente tem que ir buscar a EBD da outra denominação.
►
Em alguns arraiais, o professor da EBD dá mal testemunho perante a comunidade local
a qual a igreja pertence.
Estes
são alguns dos principais problemas que estão presentes nas denominações,
cujos irmãos acompanham o nosso conteúdo na web. Está na hora de agirmos em prol do rebanho de Deus!
Nota importante: Este Blog não é denominacionalista, aqui nós nos preocupamos com a saúde espiritual da igreja de Cristo. A igreja fiel de Cristo está dentro e fora das denominações e não possui placas e muito menos rótulos, mas Cristo a chama no texto sagrado de "servos fiéis".
Saudações em Cristo!
Sugestão de Leitura
GILBERTO,
A. Manual da Escola Dominical. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.