Por Marco
Sousa
Será
que os nossos pregadores estão preparados para ensinar o que se faz necessário para
a igreja do nosso tempo?
No
tempo de Cristo os apóstolos e discípulos não estudaram, mas fizeram um curso
de três anos, com o maior mestre que já pisou neste planeta. Entre idas e
vindas, a igreja primitiva passou para a glória eterna e o povo que se levantou
posteriormente detendo o nome de cristianismo, não possuía a mesma intrepidez e
dinamismo do primeiro grupo, mas os chamados pais primitivos conseguiram retransmitir
o legado dos apóstolos usando os talentos e ferramentas que tinham à disposição.
As coisas mudaram e bem mais tarde veio a reforma protestante e as escrituras sagradas
reconquistaram o seu lugar no topo da hierarquia cristã.
Depois
da reforma protestante as escolas surgiram dentro das igrejas. Se no
catolicismo das colônias latino-americanas o aprendizado tinha como meta apenas
a catequização dos povos nativos, nas colônias de povoamento o assunto era
outro, a igreja virou escola, a bíblia era o livro utilizado para
alfabetização, o objetivo não era catequizar, era formar cidadãos para a
construção de uma nação forte e para o reino vindouro.
Na
Europa o fenômeno da igreja mestra arrancou um país inteiro da miséria: A
Inglaterra. Os irmãos John Wesley e Carlos Wesley deixaram de lado os princípios
da teologia determinista (aquela que prega que alguns homens nasceram
predestinados à miséria) e começaram a pregar bíblia pura. Surgia assim as raízes
do metodismo e toda a Inglaterra seria evangelizada por um homem andando a
cavalo. Deus arrancou a Inglaterra da miséria no tempo de John Wesley. O
proletariado pobre e analfabeto foi introduzido no mundo da cultura
judaico-cristã da Bíblia Sagrada, a letra inspirada moldou o caráter dos
homens, enquanto aquilo que alguns chamam de catecismo tornou-se escola de
alfabetização para conhecimento do reino, enquanto elevava a família inglesa
comum à categoria de melhor família civilizada da Europa. A sociedade tomou
conhecimento da causa abolicionista defendida no bojo da igreja, que deveria
ser imitadora de Cristo, o grande libertador de todos os homens que aceitam a
sua carta de alforria. A outra vertente teológica era escravocrata e possuía escravos
até mesmo a serviço da igreja. A Europa estava vendo os céus abertos e os
brados libertadores de um povo destemido que marchava ao som da mensagem da
cruz. A igreja libertadora e quebradora de grilhões escravocratas venceu.
Pode-se
dizer que em todas as fases do cristianismo acima descritas, o nível de
aculturamento produzido pela igreja foi maior do que aquele produzido pelo
mundo descrente e decadente em pecados. Hoje vivemos uma situação completamente
oposta. Temos uma cristandade totalmente analfabeta em bíblia (obviamente
existem boas e raras exceções), mas que continua saindo ao mundo como ovelhas que
caminham ao encontro dos lobos. Hoje no mundo ocidental a sociedade descrente tem
influenciado o cristianismo e este tem deixado de influenciar o mundo com a genuína
mensagem da cruz.
RESPOSTA CRISTÃ NA MEDIDA CERTA
O
que se faz necessário para corrigir isto? Cada cristão deve estudar a palavra,
apegar-se à ela, amá-la, vivê-la. Não estou dizendo que os servos de Deus devam
ir para uma faculdade de teologia, até porque aquilo que tem sido ensinado em
algumas delas constitui um terrível veneno com rótulo falsificado de remédio. A
igreja precisa reclamar o seu papel de mestra, mas para isto alguns paradigmas
meramente humanos precisam cair por terra em obediência ao mandamento bíblico:
“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai
sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir
a razão da esperança que há em vós” - 1
Pedro 3:15.