DEUS FALANDO COM OS HOMENS E A GUERRA PELA VERDADE - PARTE 1

Por Marco Sousa


Nos últimos anos os ataques cessacionistas contra as igrejas carismáticas (pentecostais e renovadas) aumentaram em proporções geométricas. Paralelo a isto tem surgido uma boa safra de estudantes da Bíblia Sagrada comprometidos com o reino de Deus, amantes da ortodoxia e zelosos com a obra que o Espírito Santo continua fazendo nos corações. O texto nas próximas linhas é um questionário aos críticos cessacionistas do dom de línguas, os quais afirmam que aquele dom espiritual no novo testamento faz referência unicamente à fala de idiomas humanos. Estão eles corretos? Nada melhor do que fazer perguntas aos melhores exegetas do planeta (assim eles se consideram) para obtermos certas conclusões. Aqui estão algumas perguntas.

► Algum cessacionista pretende jogar fora a velha tradução do Almeida na qual ele inseriu corretamente o termo estranhas em itálico na frente do termo línguas, sabendo que nas traduções por equivalência formal os tradutores acrescentam em itálico aquilo que pode ser lido claramente no original, mas não tem jeito de ser compreendido na tradução sem o acréscimo de alguma palavra, mas ele é obrigado a grafá-la em itálico (e Almeida o fez) como manda a regra dos bons tradutores? O leitor sabia que os cessacionistas quando traduzem as suas bíblias para serem fieis ao original e para que o texto tenha sentido na tradução utilizam a palavra desconhecidas no mesmo lugar em que Almeida usou o termo estranhas significando a mesma coisa?

► Sabe-se que o mundo evangelizado pela igreja primitiva tinha o grego como língua franca a todos os povos. Por este motivo o novo testamento foi escrito em grego. Considerando a afirmação cessacionista que o dom de línguas seria a capacidade de pronunciar idiomas falados pelas nações e que tal dom cessaria quando a igreja não precisasse mais dele, por quais motivos o dom teria deixado de existir quando a igreja atual precisa mais dele do que a igreja primitiva? (Hoje é fato conhecido que existem mais de 2000 línguas sem um único versículo bíblico traduzido e cerca de 1/3 da humanidade não tem acesso ao evangelho).

Lembrete Importante: Deus não faz nada incompleto, os homens fazem.

► Considerando que os missionários mais produtivos da história da igreja cristã sempre usaram tradutores pagãos antes de aprenderem a língua dos evangelizados, seria lícito se a igreja primitiva houvesse contratado algum tradutor pagão de confiança para participar dos cultos nas regiões remotas que seriam evangelizadas ou isto não foi necessário porque a “plenitude dos gentios” citada na Bíblia Sagrada significa que as estradas pavimentadas inventadas pelos romanos facilitariam as viagens e a cultura grega e o idioma franco entre as nações permitiriam a disseminação do evangelho?

► Se as línguas estranhas seriam idiomas que podem ser aprendidos e ensinados pelos homens, qual seria o sentido natural e real do texto de l Corintios 14:13, onde se lê “Por isso, o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar”?

► Considerando que a Bíblia diz que as línguas são um sinal de Deus para os infiéis e a profecia um sinal de Deus para os fiéis (l Cor. 14:13) e proíbe a sua fala na assembleia sem a interpretação (l Cor. 14:13), pode-se dizer que o primeiro não pode ser usado sem o segundo. Se as línguas em questão são idiomáticas, o cessacionismo transforma o apóstolo Paulo em um crente egoísta e irracional ao negar ao pecador presente na assembleia a oportunidade de ouvir a revelação de Deus na sua própria língua, por causa da ausência de interprete, considerando que a língua seria estranha apenas para a igreja. Em sua opinião este tipo de situação criada pelo cessacionismo não fere os princípios do bom pastor Jesus que deixou 99 ovelhas no deserto e foi atrás da perdida?

► Em Atos 19:1-6 Paulo impôs as mãos sobre alguns discípulos de João Batista, os quais falaram línguas e profetizaram, estavam eles pregando para o Apóstolo Paulo? Ou estavam eles ostentando suas novas habilidades ministeriais? (Ironia).

► Alguns cessacionistas gostam de distorcer aquilo que está claro como o dia nas escrituras sagradas. A versão Almeida Corrigida Fiel, a mais fiel em língua portuguesa, baseada no textus receptus e defendida pelos crentes fundamentalistas (inclusive cessacionistas em sua maioria), por ser traduzida por equivalência formal (o sentido original e literal das palavras trazido para a tradução) diz o seguinte: “Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão a Deus; porque ninguém o entende, e em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação e consolação. O que fala em língua desconhecida edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja” (1 Coríntios 14:2-4) Considerando que as línguas estranhas são idiomas (como dizem os cessacionistas) por quais motivos Paulo nunca disse que aquele que fala línguas desconhecidas edifica o infiel (ou pagão), ao invés de edificar-se a si mesmo? É o ego do cessacionista ou o ego daquele que conseguiu edificar-se na presença de Deus que está inchado?

► Bendito livre exame das escrituras, conquistado depois da reforma protestante, iniciada por um servo de Deus chamado Lutero que ainda cria no purgatório (deixou isto bem claro nas 95 teses), gostava de uma cervejinha, virou antissemita no final da sua carreira (fazia oposição clara e aberta contra os judeus) e deu o aval para o assassinato de camponeses anabatistas. Lutero também não gostava do texto de Tiago, o qual prega que a fé sem obras é morta. Ainda bem que ele cria que o sangue de Cristo liberta de todo pecado!

Nota importante: Você não pode cometer os mesmos erros que Lutero cometeu, pensando que Deus vai deixar passar em branco. Você vive a era da informação e pode acessar em um único clique toda a biblioteca de conteúdos que Lutero não conseguiu ajuntar em uma vida inteira. Deus não leva em conta os tempos da ignorância. Você não é um ignorante...