CAPÍTULOS

CAPÍTULO 4
OS TRÊS TIPOS DE CRÍTICA TEXTUAL DO NOVO TESTAMENTO



Esta parte deste tratado pretende mostrar os tipos de crítica textual utilizados por vários eruditos da atualidade e a relação deles com o texto bíblico do Novo Testamento. Nas linhas finais deste capítulo ficará estabelecida a nossa posição de defesa, respeito e obediência ao texto sagrado.  

A POSIÇÃO RECONSTRUCIONISTA DO TEXTO DO NOVO TESTAMENTO ► É a posição que defende que na análise dos manuscritos do Novo Testamento o método adotado deve ser o mesmo método de análise de qualquer outro livro da antiguidade, sendo que estes sofreram pela corrupção textual no decorrer do tempo. É trabalho da crítica Textual identificar o texto original através de uma reconstrução hipotética com base nos cânones da Crítica Textual. Essa perspectiva é adotada pelos teólogos liberais e histórico críticos e, com algumas alterações, pela grande maioria de estudiosos cristãos conservadores da atualidade, como Norman Geisler, D. A. Carson, Michael J. Krüger, entre outros. Essa posição adota o chamado Texto Crítico do Novo Testamento, que por sua vez, é baseado nos dois manuscritos do Novo Testamento originários da região do Egito (conhecidos como Alexandrinos).

A POSIÇÃO DO TEXTO MAJORITÁRIO ►Essa posição tem como ponto de partida a edição de um texto grego que reflete o texto encontrado na maioria dos manuscritos gregos, do 5º século em diante, conhecidos como Bizantinos. Os métodos de estudo são feitos através de uma abordagem reconstrucionista diferente, que dá mais espaço a uma visão confessional acerca do texto. Os defensores dessa perspectiva são cristãos evangélicos conservadores como Wilbur Pickering, Maurice Robinson e Paulo Anglada.

A POSIÇÃO TRADICIONAL/CONFESSIONAL ► Defende que o Novo Testamento grego foi preservado providencialmente por Deus no decorrer dos séculos, de sorte que o que temos hoje é uma representação fiel do Texto original refletido substancialmente nas diversas edições do chamado Textus Receptus. A posição reformada e clássica dessa posição é apresentada por Edward F. Hills, Theodore P. Letis, Jeff Riddle, Joel Beeke, entre outros.

Dentro dessas três camadas principais, existem subgrupos, porém que não necessariamente representam oficialmente cada uma dessas posições. Ainda que haja nomes de eruditos de fino calibre em cada uma destas escolas, deve-se ter em mente que quando se lida com a disciplina de crítica Textual, adotar uma suposta visão científica ou reconstrucionista do texto bíblico foge do testemunho das Escrituras e do próprio Senhor Jesus. Portanto temos assumido publicamente a posição tradicional/confessional, afinal não temos vergonha do evangelho que professamos!